quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Especial Aborto: Carta de uma criança que não nasceu (Autor desconhecido)


Ontem foi meu aniversário... Eu iria completar um mês de vida.
Pensei que você, Mamãe, fosse me dar uma festinha, como todas as mães.

Pensei que você, Mamãe, fosse dar ao Papai o beijo que gostaria de dar em mim... Porém, a festinha não foi alegre como eu esperava...
De fato, você foi à farmácia e comprou o meu presente. Pena que este presente tenha causado a minha morte e você não chorou nem um pouquinho. Por que?

Porque logo no dia do meu aniversário, pensei que você fosse ficar feliz com a minha chegada, mas você mamãe, não me deixou caminhar nem a metade: você barrou o meu caminho.

Eu sabia, sim, que durante uns meses eu iria estragar a sua elegância, eu seria um peso para a senhora, porém, eu havia prometido a mim mesmo que ficaria bem apertadinho para não prejudicar.

Eu deixaria para crescer depois que nascesse para o mundo.
Por que me tiraste a vida?

Eu sabia que em seu ventre a escuridão seria grande. Todavia, a luz que veria depois seria o bastante.

Eu iria conhecer o brilho do sol e das estrelas e, principalmente, conhecer Você e Papai.

E também teria que ficar muda durante nove meses, entretanto, iria lhe contar toda a minha felicidade de ter você como mãe.

Eu iria conversar muito com você quando estivesse triste, faria tudo para brotar em seus lábios um sorriso e quando estivesse alegre, faria tudo para que essa alegria durasse.

Sabe, eu planejei tanta coisa, mamãe... Queria crescer bastante e, depois de jovem, lutar com todas as minhas forças para que a guerra e o ódio acabassem e reinassem a paz no mundo.

Sim, eu queria tanta coisa, mas você não sentiu isto... VOCÊ ME ASSASSINOU!

Queria crescer, plantar no chão de minha existência, muitas rosas que o perfume inebriassem os homens e os deixassem incapazes de fabricarem máquinas que matam outros homens.

Engraçado... Eu pensei que os pais amassem seus filhos a ponto de lhes dar a própria vida. Você não me deixou viver nem a vida que eu mal começara.

Olhe, este era o meu plano quando estava em seu ventre, mamãe. Hoje não posso planejar nada, pois faço parte do mundo daqueles que nunca sentirão o perfume das rosas e nem chorarão a dor da morte.

Espero que você ao menos tenha se arrependido para que isto não aconteça com meus irmãozinhos que estão para vir.

Tchau... Mamãe... Eu lhe perdôo, apesar de tudo...


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